MUDARÁ O PAÍS  APÓS 29 DE SETEMBRO DE 2013?

Há já algum tempo que não escrevo o que me vai na alma, nomeadamente sobre o que tem vindo a acontecer social e politicamente, desde que este país, que antes tinha um "brilhozinho nos olhos", vendeu a alma ao diabo, vulgo "troica".
Esta longa reflexão não foi feita por algum motivo especial, mas resulta de um sentimento de tristeza, um luto a que me impus por este Portugal moribundo que está a ser enterrado por energúmenos insensíveis que juraram a si próprios proteger, incondicionalmente, os detentores do "vil metal".
As eleições deste mês serão um marco crucial e clarificador do carácter do povo português, definindo de uma vez por todas, se está a favor ou contra o "vilão da história", se é ou não vulnerável às chantagens dos detentores dos recursos financeiros, se tem ou não coragem para combater todos os que, despudoradamente, despojaram os cofres de Portugal em proveito próprio e dos seus correlegionários e agora exigem a quem, não tendo tido qualquer responsabilidade, reponha, através dos seus salários, poupanças e pensões de reforma, as verbas que, impunemente, desbarataram.

DIVIDIR PARA REINAR

O braço de ferro entre o dono dos "Pingo Doce" e os Sindicatos parece ter pendido a favor dos primeiros.
O 1º de Maio é celebrado em memória da luta dos trabalhadores quando, em Chicago, reivindicavam um horário laboral de 8 horas diárias, foram alvo de repressão policial que, nesse dia e nos que se seguiram, no ano de 1886, causaram dezenas de mortos entre os operários.
Indiferentes a esta efeméride os representantes da Força do Capital, designadamente Grupo Jerónimo Martins,   "pediram" aos funcionários para trabalharem neste simbólico dia. Mas tinham o trunfo na manga, uma promoção dirigida aos consumidores (desconto de 50% em compras se efectuadas no valor de mais de 100 euros) confrontando desta forma o pedido efectuado pelos Sindicatos aos consumidores para não fazerem compras nos supermercados do Grupo neste 1º de Maio.
Num país em crise e em princípio de mês, as pessoas precipitaram-se numa corrida desenfreada em direcção ao tão propalado "sítio do costume".
E agora, vamos fazer as contas? Quem ficou a ganhar? Quem vai perder com isto?
Muitos orçamentos mensais ruíram logo no princípio do mês. Muitas pessoas compraram o que precisavam e não precisavam numa onda de consumismo exacerbado, não se lembrando que há-de vir a conta do gás, da electricidade, da água, para não falarmos da prestação da casa e tantas outras...
Entretanto o Governo vai assobiando para o ar. Na sua origem neo-liberal só lhe interessa os contratempos que poderão advir de uma concorrência desleal entre os Grupos do Capital. Não lhes interessa as pessoas!
Qual quê? As pessoas? São números... o que interessou foi o IVA que as Finanças, com certeza, conseguiu angariar com este golpe. Á custa de quem, não tem qualquer importância.
Continuamos a ser alvo de chacota dos nossos vizinhos europeus.
Continuamos a ser identificados como país terceiro mundista.
Continuamos a ser uma República das Bananas...  

O Feitiço contra o feiticeiro

Visões de santos, abraços ao crucifixo da igreja e duas idosas a perseguir o padre, que foi agredido sob os gritos: "Você é o demónio!" Parece cena de um filme mas terá acontecido na região centro de Itália, depois dos fiéis ingerirem hóstias alucinogénias.

 

foto GONÇALO VILLAVERDE/GLOBAL IMAGENS

 

No passado domingo, dia 19, na igreja do Santo Espírito de Campobasso, na região centro de Itália, as hóstias (pão feito com água e farinha de trigo sem adição de fermento ou sal) dadas aos fiéis terão sido produzidas por engano com uma farinha alucinogéna.

Os efeitos foram imediatos e o caos instalou-se, com testemunhos de visões de santos, abraços ao crucifixo e duas idosas a correr atrás do padre, agredindo-o e dizendo: "Você é o demónio!". Don Achille foi obrigado a refugiar-se na sacristia até que a polícia chegasse, revelou a imprensa local.

Segundo as autoridades, tratou-se de uma intoxicação alimentar (ergotismo) causada por farinhas de cereais contaminadas por fungos que atingem o grão, entre os quais se encontram agentes psicotrópicos como LSD.

No entanto, na sexta-feira, a diocese de Campobasso desmentiu categoricamente o acontecimento, alegando tratar-se de um ataque contra a Igreja católica. "É preciso respeitar o sagrado enquanto tal e isto vale também para quem não acredita", referiu em comunicado.

IN "JORNAL DE NOTÍCIAS" de 25-02-2012

Comentário: Coitado do Padre - arranjou lenha para se queimar!!!

LÁ COMO CÁ...

A liberdade de expressão passou a ser, nas sociedades ocidentais, um dos ícones da democracia e da igualdade entre povos. Mas é sabido que, uma coisa é a teoria, outra é a prática. E a prática ensinou-nos que, não obstante os seres humanos serem todos iguais o facto é que uns são mais iguais que outros. A mesma analogia se passa com os países. Porque será que um fotógrafo português credenciado no Parlamento Europeu (António Galvão) foi suspenso e impedido de trabalhar por um determinado período de tempo, quando outros profissionais congéneres, cidadãos de outros países, não foram sequer admoestados, quando praticaram "ilícitos" semelhantes?
Estamos fartos de hipocrisia política. Continuamos a ser um dos elos mais fracos da Europa. É assim que nos veem os dirigentes da CEE.
Oportuna a expressão: Quem se "lixa" é o mexilhão.

GUIMARÃES - Capital Europeia da Cultura - 2012

Confesso. Não me desloquei a Guimarães apesar de viver em Braga, a pouco mais de 15 minutos (via auto-estrada) a Capital Europeia da Cultura de 2012. Também não acompanhei os discursos políticos de circunstância que se traduzem sempre numa menos-valia do ponto de vista cultural. Mas gostei de ver, pela TV, o público anónimo mostrar-se orgulhoso da sua terra, sobrevalorizando garbosamente as suas origens.
Este investimento na zona de Portugal com índices de desemprego elevados é de enaltecer e uma possível criação de área metropolitana que inclua as cidades de Braga, Póvoa de Lanhoso, Famalicão, Barcelos e Guimarães poderá fazer inverter a tendência de empobrecimento socio-económico da região minhota. Basta que nos deixemos de barrismos bacôcos e recuperemos uma união a todos os níveis.
Vamos a isso, OK?

O país da subsidio dependência

"Quem não chora, não mama!" Esta parece ser a forma de viver do povo luso. E o exemplo parece vir de cima...
O português, que ainda antes da revolução de Abril, comprava bens subsidiados pelo Estado, continuou, após revolução, a usufruir de subsídios, acumulando uma nobre cultura de descobridores, de exploradores e colonizadores dos mais longínquos lugares da Terra e de excelentes trabalhadores a outra cultura, esta degradante e miserabilista cultura da subsídio-dependência.
Desde o vetusto imposto criado por Salazar como Fundo de Desemprego para subsidiar encapotadamente a injusta Guerra Colonial até ao actual miserável Rendimento de Inserção Social, todos os subsídios criados e/ou inventados raramente foram/são correctamente atribuídos.
 Ainda há bem pouco tempo uma notícia no JN prendeu a minha atenção: foram presos os elementos de uma família portuguesa que beneficiava do referido RSI, por alegadamente se dedicarem a escravizar pessoas imigrantes e deficientes em trabalhos de lavoura em que trabalhavam de sol a sol, com a única remuneração de restos de comida para animais. Aqueles beneficiários de RSI "só" eram titulares de contas bancárias em Portugal (CGD) e Espanha no valor de dezenas de milhares de euros, bem como proprietários de automóveis topo de gama!!!
Sou apologista do Estado Social, mas de um Estado Social justo e verdadeiro, em que se premeiem os méritos e que se ressarciem os necessitados e se punam os falsos e  os corruptos.
É preciso investir numa fiscalização rápida e eficaz, isenta e abrangente.
É preciso investir numa legislação justa e isenta de lobis.
É preciso investir numa Justiça célere nos processos de "crime de colarinho branco".
É preciso bom senso na atribuição de remunerações e pensões escandalosamente milionárias, ainda que os seus beneficiários reclamem de sorverem as suas despesas...
Só haverá justiça e equidade social quando analisarmos e resolvermos os casos da chamada "pobreza envergonhada" e colocarmos ponto final ao lema "quem não chora não mama"...